Playbook de Investimentos

Instrumentos de apoio financeiro indiretos são aqueles que apoiam a inovação nas empresas por meio de incentivos fiscais.
Nesta sessão você vai encontrar os diferentes tipos de incentivos fiscais à inovação, informações sobre os requisitos, público-alvo, prazos, dicas úteis, boas práticas, riscos e desafios para utilização dos benefícios.

Lei do bem

Descrição Geral

A Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005) oferece incentivos fiscais para as empresas, de todos os setores, reduzirem seus custos tributários como base de gastos executados com PD&I.

Tipos de Benefício

  • Exclusão do Lucro Real e da base da CSLL dos dispêndios com atividades de Inovação;
  • Redução de 50% do IPI incidente sobre máquinas e equipamentos utilizados para P&D;
  • Depreciação integral no próprio período da aquisição de máquinas e equipamentos utilizados para P&D;
  • Amortização acelerada no próprio período da aquisição de bens intangíveis utilizados para P&D; e
  • Redução a Zero do IRRF incidente sobre remessas ao exterior para manutenção de marcas e patentes.

Requisitos

  • Ser uma empresa optante do Lucro Real;
  • Ter impostos a pagar;
  • Estar em regularidade fiscal; e
  • Realizar atividades de PD&I, individualmente ou em parceria com outras instituições.

Prazo Médio

Por ser um incentivo fiscal realizado por meio de uma dedução contábil, reduzindo os impostos de IRPJ e CSLL, o processo deve ser realizado anualmente ou trimestralmente. Nesse sentido, a empresa beneficiária deverá prestar contas ao MCTI sobre os dispêndios em PD&I sobre os quais tomou o benefício até 31 de julho do ano subsequente de cada exercício fiscal através de formulário eletrônico, FormP&D.

Gargalos comuns para a tomada dos benefícios

  • Atendimento do requisito de tributação pelo Lucro Real por parte das startups;
  • Cumprimento de requisitos rigorosos  de controles de atividades e dispêndios de projetos ao longo do ano; e
  • Realização de um processo relativamente complexo de cálculo do benefício e prestação de contas.

Riscos dos incentivos fiscais da Lei do Bem

  • Uso dos benefícios sem os controles e análises adequadas para as atividades e dispêndios de projetos ao longo de todos os anos

Como aplicar

Boas práticas

Pontos chave para a otimização do uso dos incentivos ficais da Lei do Bem:

Antes de iniciar:

  • Compreenda os detalhes da Lei do Bem. Isso inclui quais atividades se qualificam para incentivos fiscais, quais despesas são elegíveis, como calcular o benefício e quais são os requisitos de documentação.

Para o cálculo do incentivo e prestação de contas:

  • Mantenha os registros contábeis detalhados das atividades de P&D e das despesas associadas. Isso ajudará a documentar sua elegibilidade para os incentivos fiscais e facilitará a preparação das declarações fiscais necessárias;
  • Levante os projetos de inovação de forma periódica e elaboração de uma lista contendo as atividades com potencial para aumento das chances de maximização do benefício;
  • Mantenha uma documentação robusta, incluindo os registos das atividades de P&D realizadas, dos resultados alcançados, dos recursos utilizados, etc. Esta documentação pode ser necessária para comprovar a elegibilidade para os incentivos fiscais;
  • Mantenha um bom controle dos dispêndios dos projetos em coletores de custo individualizados;
  • Monitore e atualize a base de dados de entrada e saída dos colaboradores, para o cálculo do incremento de pesquisadores, que viabiliza a exclusão adicional de 70 ou 80% dos dispêndios beneficiáveis no ano-base;
  • Conscientize os colaboradores sobre a importância do apontamento de horas nos projetos de forma real; e
  • Incentive a Cultura de Inovação: a Lei do Bem é projetada para incentivar a inovação. Portanto, criar e manter uma cultura de inovação na sua empresa pode ajudar a maximizar a utilização dos incentivos fiscais disponíveis.
Maturidade
Ideação
Validação
Tração
Escala
Ideação
Validação
Tração
Escala

Público Alvo

  • Empresas que apurem pelo Lucro Real, em regularidade fiscal, que executem atividades de PD&I

Referência de documentos

Finalidade instrumento de apoio

  • Incentivar as atividades de PD&I

Dicas Práticas

  • Mesmo nas situações nas quais as startups não podem usufruir dos benefícios da Lei do Bem, é importante que ela saiba que as empresas parceiras podem estar aptas à tomada do benefício sobre os dispêndios repassados à startup em projetos em parceria.

Lei de Informática

Descrição Geral

A Lei de Informática (Lei nº 8.248/1991) oferece incentivos fiscais para as atividades de pesquisa no setor de bens de informática, com o objetivo de gerar um crédito financeiro sobre o faturamento de produtos habilitados, com a contrapartida de investimentos em atividades de PD&I.

Tipos de Benefício

  • Crédito financeiro de 2,73 vezes (podendo chegar a até 3,41) os valores investidos em P&D, podendo ser utilizado para a compensação de tributos administrados pela Receita Federal (em até 5 anos).

Requisitos

  • Ser fabricante de bens de tecnologias da informação e comunicação;
  • Cumprir as etapas mínimas de fabricação em conformidade com o processo produtivo básico (PPB) vinculado ao produto incentivado;
  • Possuir produtos habilitados no programa;
  • Possuir sistema de qualidade dom a série ISO 9.000;
  • Estar em regularidade fiscal;
  • Ser uma empresa optante do Lucro Real ou Lucro Presumido; e
  • Cumprir os requisitos de investimento mínimo de 4%4% do seu faturamento bruto no mercado interno, proveniente da comercialização dos produtos incentivados, em atividades de PD&I.

Prazo Médio

Antes de iniciar o processo de cálculo e aplicação dos incentivos, a empresa deve passar pelo processo de habilitação dos produtos incentiváveis, por meio de um processo que pode durara de 2 a 9 meses. O cálculo dos créditos financeiros poderá ser realizado anualmente, sendo que as beneficiárias devem encaminhar até o dia 31 de julho do ano subsequente o Relatório Demonstrativo Anual (RDA) de cumprimento, no ano anterior, das obrigações estabelecidas na legislação vigente.

Gargalos comuns para a tomada dos benefícios

  • Atendimento do requisito de investimento mínimo de 4% do seu faturamento bruto no mercado interno, proveniente da comercialização dos produtos incentivados, em atividades de PD&I;
  • Atendimento dos requisitos e as metas acordadas em relação às etapas de manufatura definidas nos processos produtivos básicos;
  • Cumprimento de requisitos rigorosos  de controles de atividades e dispêndios de projetos ao longo do ano; e
  • Realização de um processo relativamente complexo de cálculo do benefício e prestação de contas.

Riscos dos incentivos fiscais da Lei de Informática

  • Uso dos benefícios sem os controles e análises adequadas para as atividades e dispêndios de projetos ao longo de todos os anos

Como aplicar

Boas práticas

Pontos chave para a otimização do uso dos incentivos ficais da Lei de Informática:

Antes de iniciar:

  • Compreenda os detalhes da Lei de Informática. Isso inclui quais atividades se qualificam para incentivos fiscais, quais despesas são elegíveis, como calcular o benefício e quais são os requisitos de documentação.

Para o cálculo do incentivo:

  • Mantenha a memória de cálculo analítica referente ao faturamento dos produtos incentivados contendo no mínimo: data, descrição do produto, CFOP de venda, segregação dos impostos sobre vendas, devoluções, fretes e seguros;
  • Garanta que o faturamento informado no RDA está em conformidade com faturamento informado nas declarações de investimentos; e 
  • Assegure que o faturamento segue as premissas previstas pela legislação.

Para os investimentos obrigatórios e prestações de contas:

  • Mantenha registros contábeis detalhados das atividades de P&D e das despesas associadas. Isso ajudará a documentar sua elegibilidade para os incentivos fiscais e facilitará a preparação das declarações fiscais necessárias;
  • Elabore o relatório técnico anual descrevendo as atividades de P&D realizadas durante o ano fiscal. Este relatório deve ser apresentado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para a avaliação do uso dos incentivos fiscais; e
  • Programe as auditorias internas regulares pode ajudar a garantir que as atividades de P&D estejam em conformidade com os requisitos da Lei de Informática e que os incentivos fiscais estejam sendo calculados corretamente.
Maturidade
Ideação
Validação
Tração
Escala
Ideação
Validação
Tração
Escala

Público Alvo

  • Empresas que apurem pelo Lucro Real, em regularidade fiscal, que executem atividades de PD&I

Referência de documentos

Finalidade instrumento de apoio

  • Incentivar as atividades de PD&I

Dicas Práticas

  • Mesmo nas situações nas quais as startups não podem usufruir dos benefícios da Lei de Informática, é importante que ela saiba que as empresas parceiras podem estar aptas à tomada do benefício sobre os dispêndios repassados à startup em projetos em parceria.

Créditos para a PIS e COFINS

Descrição Geral

A compensação de créditos fiscais para PIS e COFINS é regulada pelas Leis n.º 10.637/2002 e 10.833/2003, enquanto o Parecer Normativo COSIT n° 05/2018 inclui a possibilidade de tomada dos créditos sobre despesas consideradas insumos essenciais nas atividades associadas a PD&I. Isso significa que as despesas com P&D podem gerar créditos que podem ser utilizados para compensar futuras obrigações tributárias dessas contribuições.

Tipos de Benefício

  • Créditos equivalentes as alíquotas de 1,65% para o PIS e 7,6% para a COFINS sobre o valor dos insumos beneficiáveis, que são aplicáveis a compensação de tais tributos (em até 5 anos).

Requisitos

  • Ser uma empresa optante do Lucro Real;
  • Estar sob o regime de cobrança não-cumulativo do PIS e da COFINS; e
  • Realizar atividades de PD&I, individualmente ou em parceria com outras instituições.

Prazo Médio

Por ser um incentivo fiscal realizado por meio de creditação, o cálculo dos créditos pode ser realizado para aproveitamento extemporâneo (em até 5 anos) ou no próprio período de apuração.

Gargalos comuns para a tomada dos benefícios

  • Atendimento pelas das startups dos requisitos de tributação pelo Lucro Real  sob o regime de cobrança não-cumulativo do PIS e da COFINS;
  • Atendimento de requisitos rigorosos  de controles de atividades e dispêndios de projetos ao longo de todos os anos de desenvolvimento dos projetos; e
  • Realização de um processo relativamente complexo de cálculo do benefício.

Riscos dos créditos para PIS e COFINS

  • Uso dos benefícios sem os controles e análises adequadas para as atividades e dispêndios de projetos ao longo de todos os anos.

Como aplicar

Boas práticas

Pontos chave para a otimização do uso dos créditos para PIS e COFINS:

  • Faça uma análise robusta do que constitui um insumo para fins de crédito de PIS e COFINS. Isso pode variar dependendo da natureza das atividades da empresa e pode exigir uma análise detalhada do bem ou serviço desenvolvido;
  • Mantenha uma documentação adequada e registros detalhados das despesas de P&D que geraram os créditos, incluindo notas fiscais e contratos. A documentação deve ser suficiente para comprovar a natureza dessas despesas caso sejam questionadas pelas autoridades fiscais;
  • Realize o controle das despesas que já tiveram tomada de crédito de PIS e COFINS, evitando a duplicidade do crédito;
  • Realize revisões periódicas das despesas de P&D para garantir que estão sendo adequadamente classificadas e que os créditos de PIS e COFINS estão sendo corretamente calculados e aplicados; e
  • Mantenha-se atualizado sobre quaisquer mudanças na legislação tributária que possam afetar sua capacidade de reivindicar esses créditos. Isso pode envolver a consulta regular a especialistas tributários, a assinatura de boletins informativos tributários ou a participação em seminários ou workshops sobre o assunto.
Maturidade
Ideação
Validação
Tração
Escala
Ideação
Validação
Tração
Escala

Público Alvo

  • Empresas que invistam atividades de PD&I tributadas pelas regras do Lucro Real e sob o regime de cobrança não-cumulativo do PIS e da COFINS, salvo exceções legais

Referência de documentos

Finalidade instrumento de apoio

  • Incentivar as atividades de PD&I

Dicas Práticas

  • Os critérios para determinação das despesas que são consideradas como insumos para P&D podem ser interpretativos. Portanto, pode ser importante buscar o aconselhamento especializado em incentivos fiscais e direito tributário.
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